sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Uma lembrança de Natal

Sister, you've been on my mind....
Sempre passo meus natais com meus pais e irmã amados. Acho que o fato de celebramos o nascimento de uma criança me faz sentir um pouco criança também nessa data, e por isso é tão fundamental estar com eles. E a minha recordação de Natal mais bonita envolve uma criança, e o despertar da esperança que essa data evoca. 
Eu não me lembro exatamente o ano em que o fato ocorreu. Deve ter sido há quase uns 18 anos atrás (depois de quando foi tirada a foto acima, que pelo que me lembro também foi tirada num período de Festas). Nossa, como o tempo passa rápido, porque ainda tenho essa memória tão viva em mim como se fosse de ontem. Quando eu tinha uns 14 anos mais ou menos, fui trabalhar, ou melhor, fazer 'uns bicos' como operadora de brinquedos num parque de diversões perto de casa. Era um parque grande, se chamava Play Toy, e agora tô até me perguntando como é que eles contratavam menores de idade e sem experiência nenhuma pra operar os brinquedos...mas deixa isso pra lá...o fato é que eu tinha um empreguinho de fim de semana que me garantiu uns troquinhos pra comprar presentes de Natal pros meus pais e irmã naquele ano.
Combinei com meus pais de incentivarmos minha irmã, que deveria ter uns 6 anos, a escrever uma cartinha pro Papai Noel pedindo um presente de Natal. A idéia era que ela escrevesse pra ele pedindo o que eu tinha comprado pra ela, e levá-la a colocar a tal carta num sapatinho na janela e aguardar até a chegada do presente. Ela era pequena, e a gente pensava que era bonito alimentar nela  a crença no Papai Noel, no sentido de alimentar nela a esperança de que seus sonhos poderiam se tornar realidade se ela acreditasse neles. Eu tinha comprado pra ela um batonzinho em forma de moranguinho muito comum na época. Mas Amanda, que sempre pensou grande, queria pedir pro Papai Noel algo caro, não me lembro o quê, e nós tivemos um trabalhão em persuadi-la a escolher uma coisa mais barata. "Amanda, o Papai Noel tem que comprar presente pra todas as crianças do mundo, pede a ele algo mais baratinho, como um batonzinho...". Ela ficou meio desapontada, mas escreveu o que a gente a induziu a escrever - ela queria um batonzinho de presente de Natal. Colocou a cartinha num sapatinho na janela e aguardou.
Depois da Ceia, batonzinho já colocado no sapato, estávamos na sala e fizemos a simulação de termos ouvido barulhos na janela onde estava o calçado com a cartinha. "Amanda, acho que o Papai Noel já passou aqui! Vai lá ver se teu presente está lá!" Ela ficou cheia de medo, mas foi. E nós fomos juntos, nos entreolhando. Ela pegou o presente, toda admirada e contente, e exclamou: "O Papai Noel existe!" E logo se pôs a chorar de alegria. Não preciso dizer que nós choramos juntos com ela.
E quem me conhece bem pode supor que estou chorando agora também, e é verdade. Essa estória me emociona demais, como sempre me emociono ao lembrar do amor que une minha família.
Sei que o mundo está muito complicado, que a esperança agoniza no cantinho de um corredor lotado de hospital, e que o Natal parece cada vez mais se reduzir a um feriado comercial. Mas ainda creio na importância de celebrar o Natal, como um momento pra se estar em companhia de pessoas queridas, um momento pra sonhar juntos, pra reforçar o estoque de amor e esperança dentro de nós.
E é isso que desejo a quem passar por aqui, que possa estar junto aos seus nessa data, e que tenha a esperança renovada em seu coração. Feliz Natal a todos.

4 comentários:

Valeria disse...

E eu chorei também ao ler esse post lindo! Feliz Natal para ti, minha linda! Muita alegria e amor! Beijão.

Mel Vilanova disse...

Obrigada Val, que Deus nos abençoe hoje e sempre! Um Feliz Natal pra você também!!

Unknown disse...

Olá Mel, cá estou eu de férias, lendo um monte de emeius, topo com esse do blog.
Me encantaram seus textos, puxa! Como voce escreve bem, menina!
diria que põe um pouco de alma e calma...em cada um deles.
Essa história é bem Natal, além de ser uma aventura convencer uma criança de querer o que ela não deseja. Grande Beijo, Nilo

Mel Vilanova disse...

Nilo, meu querido, que bom ter você por aqui.
Obrigada pelas palavras! Quem diria que sairia algum sinal de calma da minha pessoa tão agitada, né? :)
Um abraço forte,
Mel.