quinta-feira, 29 de março de 2012

Praia Vermelha II


Há um lugar onde minha alma descansa e se renova.
Na Praia Vermelha o tempo teima em não passar.
Tudo é paz nessa concha dourada de água e sal.


As braçadas do nadador solitário.
A maciez das vozes das crianças.
O voo preguiçoso da gaivota.
O verde do mar.
O verde da mata.
O azul do céu.
As ondas que beijam a areia e se desfazem em branca espuma.


Será difícil voltar ao asfalto
depois de ter caminhado em suas areias.


(MAVN, 31/08/2008)

terça-feira, 20 de março de 2012

Das 8 às 5

Das oito às cinco não cabe o eu
nem cabe o brotar de ideias -
só o automatismo cabe das oito às cinco.
Das oito às cinco não cabe abrir a janela
não cabe o voo do pássaro
o ar fresco
o sorriso espontâneo
a digestão do almoço.
Das oito às cinco não cabe o tempo do agora -
tudo é pra ontem das oito às cinco.
Não cabe mastigar a comida
ligar prá família
pagar as contas
cantarolar
ou regar as plantas.
Não cabe admirar as plantas das oito às cinco.
Não cabe a poesia das oito às cinco.
Das oito às cinco só cabe a frustração. E a vontade de ser mais livre.
(MAVN, 20 de março de 2012)

terça-feira, 13 de março de 2012

Essa menina que mora na rua


Essa poesia nasceu no ano passado, de um olhar mais atendo ao redor....e me veio com melodia, como uma música....Hoje, eu conheci essa menina. E ela dormia profundamente e serenamente, em uma rua movimentada de uma metrópole Brasileira, ao lado da fachada azul da Blockbuster. (Rio, 13/03/12)

“Essa menina que mora na rua
Que mora debaixo da marquise azul
Essa menina tem sonhos coloridos
Assim como os meus
                     
Sonha em rodar o mundo
Sonha com abraço de edredom quentinho
Sonha em morar em Bruxelas
Ou aqui num lugar legal

Essa menina que mora na chuva
Que se parece com uma flor solitária
E se parece com um girassol
Busca o sol assim como eu

Esssa menina que mora na rua
Que mora debaixo da marquise azul
Busca a palavra que explique o mundo
Que, como eu, ainda não entendeu”