OX
Ai!
leva pra longe esse perfume
que ele não me agrada!
Ele cheira a casa cheia de cortinas pesadas
a sala com papéis de parede escuros
decorada com flores de plástico
e retratos de antepassados sérios na parede.
Ai!
leva daqui esse perfume
que ele me deixa triste.
Porque cheira a um quarto
em que uma mulher sofre calada
e passa os dias a esperar
alimentando memórias.
(ela as rega, como a plantas, só que com lágrimas e beijos saudosos num retrato antigo)
Por favor!
afasta de mim
esse cheiro de tristeza, medo e abandono,
que se me encontra pode me fazer lembrar do tempo em que eu sofria
- e isso não quero mais!
Leva
que em minha casa já não há janelas
nem cortinas, nem flores de plástico
nem quartos de solidão.
Leva
que eu saio todos os dias em busca do sol e da alegria.
É assim que é e como deve ficar.
Por isso te imploro:
leva daqui esse cheiro
que ele não tem nada a ver comigo.
"Hóspede do Tempo" é o nome de uma canção que gosto muito. Escolhi esse nome pro blog porque também é uma boa imagem prá sensação que tenho sobre a vida, a de que estamos sempre em processo de amadurecimento, de crescimento. Pois esse processo se dá através do tempo. Aqui postarei minhas impressões sobre meu mundinho, sobre o que acontece ao meu redor, enquanto cresço, amadureço...
sábado, 24 de novembro de 2012
quinta-feira, 29 de março de 2012
Praia Vermelha II
Há um lugar onde minha alma descansa e se renova.
Na Praia Vermelha o tempo teima em não passar.
Tudo é paz nessa concha dourada de água e sal.
As braçadas do nadador solitário.
A maciez das vozes das crianças.
O voo preguiçoso da gaivota.
O verde do mar.
O verde da mata.
O azul do céu.
As ondas que beijam a areia e se desfazem em branca espuma.
Será difícil voltar ao asfalto
depois de ter caminhado em suas areias.
(MAVN, 31/08/2008)
Há um lugar onde minha alma descansa e se renova.
Na Praia Vermelha o tempo teima em não passar.
Tudo é paz nessa concha dourada de água e sal.
As braçadas do nadador solitário.
A maciez das vozes das crianças.
O voo preguiçoso da gaivota.
O verde do mar.
O verde da mata.
O azul do céu.
As ondas que beijam a areia e se desfazem em branca espuma.
Será difícil voltar ao asfalto
depois de ter caminhado em suas areias.
(MAVN, 31/08/2008)
terça-feira, 20 de março de 2012
Das 8 às 5
Das oito
às cinco não cabe o eu
nem
cabe o brotar de ideias -
só o
automatismo cabe das oito às cinco.
Das oito
às cinco não cabe abrir a janela
não
cabe o voo do pássaro
o ar
fresco
o
sorriso espontâneo
a
digestão do almoço.
Das
oito às cinco não cabe o tempo do agora -
tudo é
pra ontem das oito às cinco.
Não
cabe mastigar a comida
ligar
prá família
pagar
as contas
cantarolar
ou
regar as plantas.
Não
cabe admirar as plantas das oito às cinco.
Não
cabe a poesia das oito às cinco.
Das oito
às cinco só cabe a frustração. E a vontade de ser mais livre.
(MAVN, 20 de março de 2012)
(MAVN, 20 de março de 2012)
terça-feira, 13 de março de 2012
Essa menina que mora na rua
Essa poesia nasceu no ano passado,
de um olhar mais atendo ao redor....e me veio com melodia, como uma música....Hoje,
eu conheci essa menina. E ela dormia profundamente e serenamente, em uma rua movimentada de uma metrópole
Brasileira, ao lado da fachada azul da Blockbuster. (Rio, 13/03/12)
“Essa
menina que mora na rua
Que mora
debaixo da marquise azul
Essa
menina tem sonhos coloridos
Assim
como os meus
Sonha
em rodar o mundo
Sonha
com abraço de edredom quentinho
Sonha
em morar em Bruxelas
Ou aqui
num lugar legal
Essa
menina que mora na chuva
Que se
parece com uma flor solitária
E se
parece com um girassol
Busca
o sol assim como eu
Esssa
menina que mora na rua
Que mora
debaixo da marquise azul
Busca
a palavra que explique o mundo
Que,
como eu, ainda não entendeu”
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