segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Pro sobrinho que nasceu


Um fragmento de uma leitura que eu fazia coincidentemente enquanto meu mais novo sobrinho (postiço) estava nascendo - e veio bem a calhar.

"Se refletirmos bem, estas são mudanças [ocorridas na história humana] extraordinárias, todas elas decorrentes da compreensão dos nossos defeitos. Rita Levi Montalcini explicou isso muito bem no seu livro L'elogio dell'imperfezione (O elogio da imperfeição). (...)
[naquele tempo] (o) dinossauro era perfeito já na sua origem, já sabia se mover, já sabia obter alimento sozinho e, portanto, os genitores o abandonavam à própria sorte. O ser humano, ao contrário - e eis aqui novamente o elogio da imperfeição -, nasce indefeso. Se não fosse socorrido, morreria em poucas horas.
Contudo, a sua fraqueza se transforma na sua força, pois a assistência biológica que se dá ao seu desenvolvimento durante tanto tempo implica também a aculturação do indivíduo. Nós somos os únicos animais que precisam de ao menos dez anos de assistência para que nos tornemos indivíduos em condições de sobreviver. E somos os únicos animais que não recomeçam sempre do início, mas que, além das características hereditárias e do saber instintivo, recebem dos adultos o sabe cultural".

(extraído de 'O Ócio Criativo', de Domenico de Masi)

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