terça-feira, 23 de abril de 2013

FILHO



A palavra pulsava dentro de mim.
Amor latente,
e eu buscava formas de preencher esse desejo de te ter nos braços. 
Primeiro tentei não acreditar que te queria, face minha a me mirar, 
a me ensinar, no passar dos dias,
a ser humana e também a Grande Mãe,
protetora e cuidadora,
o alimento e o esteio.

Me enganava ao pensar que mais valia a liberdade, a independência de viver sem germinar. Mas você, fruto meu, me mostrou a verdade, o motivo porque em mim brotam sementes.

Começou a me transformar quando era ainda uma vontade, uma possibilidade que aos poucos cogitei: e pra te receber percebi que precisava me abrir de corpo e alma para o amor.
E esse amor me invadiu por teu intermédio, e me preparou pra te acolher. Me fez ventre, continente, verdadeira mulher.

Hoje você é minha vida, minha alegria,
a palavra doce que canto sem parar, eu,
a Grande Mãe, fêmea nutridora e amparo do meu amor,
no teu amor, meu FILHO.