domingo, 29 de maio de 2011

Torna-te quem tu és

Resolvi, depois de muito pensar, que vou ter um bichano. 
A vontade veio de repente, há alguns meses atrás. E daí prá frente, fatos diversos só a fortaleceram. 
A gatinha do primeiro andar do prédio em que moro passou a fazer hora na janela, e eu me adaptei a brincar com ela quando chegava do trabalho. Conheci dois gatos lindos, o Frodo e a Frida, e fiquei fascinada por eles,  por suas posturas aristocráticas, postura aliás que todo gato tem. 
Com o tempo, passei a sonhar com gatos. Frequentemente. Sistematicamente. Primeiro um, depois mais de um, e por fim, vários! A vontade tinha chegado ao sub-consciente, e eu precisava tomar uma atitude urgente! Tirar logo essa indecisão da minha cabeça.
E então, eis que recebo um e-mail falando de um gatinho, muito bonitinho e alegre, que foi abandonado na rua, e foi abrigado por alguém de muito bom coração, mas que mora numa casa cuja dona não gostou do bichano.  E onde, ainda por cima, o felino apanhava da gata que já morava lá. 
Nesse e-mail, a remetente assinava com uma frase do Nietzsche que diz "Torna-te quem tu és". Não entendi, na hora, a mensagem. Mas agora, dias depois, enxergo que essa frase era a resposta prá dúvida que me martelada a mente - adoto ou não um gatinho?
Eu acredito que estamos no mundo pra aprender, e que a experiência de cuidar de bichos é, primeiramente, um grande aprendizado. Além disso, é um ato de compaixão muito grande, ainda mais na nossa sociedade que não cuida bem nem dos humanos, quem dirá dos animais. E no fim das contas, optar por ter um animal de estimação é uma escolha pessoal.
Pois bem...aprender, exercitar a compaixão e bancar as próprias escolhas são posturas que estou buscando ter cada vez mais na minha vida. Por isso entendo que, ao adotar um gatinho, estarei me tornando quem eu sou (e ao contrário do que parece, isso não é nada fácil!). Serei mais amorosa, mais zelosa, mais alegre, mais 'multiatarefada'...Será também um grande exercício de desapego aos bens materiais. Não que eu não valorize o que tenho, mas terei que entender se eventualmente um móvel for arranhado, ou algum objeto derrubado com a calda do amiguinho...rs
Bem, é isso, estou trazendo mais essa aventura prá minha vida. Vamos ver no vai dar!

4 comentários:

Amanda Guerra disse...

ai Mel, eu que desde pequena tenho bichano em minha vida, concordo com tudo que você disse e acho bonito essas opções, fazem parte do crescimento mesmo de cada um. Miau

ameninadosolhos disse...

Que Logan e Fumaça sejam muito bem vindos...titia já os ama!! :)

Bethania Guerra de Lemos disse...

Ah, Melzinha, que lindas essas escolhas. E acrescento mais um dado. A gente acha que está fazendo um bem pra eles, e no fim eles é que fazem mais bem pra nós. Gatos são curativos. Isso é fato, você vai ver. Morg entrou na minha vida quando a dor do desamor era muuuito grande, e me curou tanto que atraiu até um novo amor. Se você está triste, estressada, sozinha, é passar a mão no bichano se sentir melhor. Cura pura.

Mel Vilanova disse...

Be, que interessante! Oba!! Não que eu esteja triste ultimamente, mas tenho que curar algumas coisas em mim. Tenho que trabalhar mais o afeto, a tamanha ansiedade, exercitar o silêncio, a paciência, a lentidão...e tenho certeza que nossos
amiguinhos me ajudarão nessas e em outras.
Eu li isso em algum site ontem. que são eles os grandes benfeitores da parceria homem-gato.
Meninas queridas, obrigada pelo carinho das três! Beijos!!